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No Novo Testamento a unção é um tema recorrente. Em 2 Coríntios 1:21-22 Paulo afirma: “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração.” Aqui, a unção parece acessível a todos.

Além disso, aparentemente, há uma associação entre a unção e o Espírito. Mesmo que de maneira não tão clara, em 1 João 2:27, por exemplo, lemos: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.”

Esta associação, no entanto, não é peculiaridade apenas do Novo Testamento. Em Zacarias 4:2 o profeta vê um candelabro todo de ouro e um vaso de azeite em cima com tubos que alimentam as lâmpadas deste candelabro. Sem entender a visão, o profeta pergunta: “o que é isto?”. Em Zacarias 4:6 o anjo que falava com o profeta, afirma: “Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.”

A mensagem é clara, o azeite, símbolo do Espírito, alimenta a luz do candelabro. O Espírito sustenta a luz ainda acesa.

Um pouco antes, em Zacarias 3:8, vemos uma promessa com tons messiânicos ao DEUS afirmar que faria vir o seu servo, seu Renovo. O tema do Renovo surge também em Isaías 4:2 e 11:1-2. No segundo dos dois textos é dito que este Renovo teria sobre si o “Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e temor do SENHOR”.

Em Nazaré, num dia de sábado, Jesus entra em uma sinagoga e, citando Isaías, afirma: “O Espírito Santo está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar ano aceitável ao senhor”. (Lucas 4:18-19)

Não há escapatória: a verdadeira unção promove cura e libertação. O ungido não é aquele que aprisiona os outros a ele. Pelo contrário, o ungido é o que depende dos outros para a sua missão.

Não é a toa que após instruir os doze, Marcos 6:12-13 relata: “Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse; expeliam demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo”.